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Nômades Digitais: quem são o que fazem esses profissionais de sucesso?

Publicado por | Comportamento

Nômades Digitais

Recentemente o Valor Econômico publicou um artigo muito interessante sobre os novos nômades digitais do país. Confira um pouco da rotina desses profissionais.

Nômades Digitais: quem são o que fazem esses profissionais de sucesso?

Eles abriram mão dos principais objetivos da geração anterior – ter um bom emprego com carteira assinada e comprar a casa própria – para desfrutar da liberdade de viver sempre em movimento. São os chamados “nômades digitais“, profissionais que ficam viajando por diversos países, exercendo atividades que não exigem presença física em lugar algum, dependendo apenas de um notebook conectado à internet. Trata-se de um estilo de vida que só se tornou viável recentemente, graças às facilidades proporcionadas pelos sites de aluguel de imóveis por períodos curtos, como o Airbnb.

“Não somos turistas, nem mochileiros, nem aventureiros. Foi uma decisão muito bem pensada”, diz Vinícius Teles, 41 anos, desenvolvedor de softwares. Em 2009, ele e a mulher, Patrícia Figueira, 44 anos, decidiram deixar o Rio de Janeiro para morar inicialmente em Buenos Aires. “Depois que saímos da nossa terra, foi fácil perceber que não havia motivo para permanecer ancorados num mesmo lugar”, diz Vinícius, que àquela altura já trabalhava em casa, atualizando e administrando um aplicativo que havia criado e tinha um número de assinantes que assegurava uma boa renda mensal.

A decisão de viajar constantemente veio depois de um grande “test drive”: eles compraram uma passagem de volta ao mundo e passaram nove meses visitando diferentes países de todos os continentes. Patrícia, que trabalhava como fotógrafa de casamentos, continuou durante alguns anos voltando ao Rio em determinados períodos para cumprir uma agenda de compromissos. Até que abandonou a fotografia para transformar a própria condição de nômade em atividade profissional – os dois passaram a se apresentar nas redes sociais como o “Casal Partiu” e estão produzindo guias e livros direcionados a quem planeja viver experiência semelhante.

Patrícia e Vinícius estabeleceram como limite gastar o equivalente a R$ 3 mil por mês com hospedagem – e asseguram que é uma meta viável. Principalmente porque, depois de terem passado por 66 países, estão numa fase em que buscam destinos menos turísticos, com preços mais amigáveis.

Alguns dos países visitados este ano foram Bielorússia, Ucrânia e Romênia. “Mesmo com os custos das passagens, no balanço final a gente certamente está gastando menos do que gastaríamos se estivéssemos vivendo no Rio, pois estamos livres de taxa de condomínio, IPTU e contas de consumo, como gás, água e energia elétrica, todas já incluídas nos pacotes do Airbnb”, compara Vinícius.

Outra vantagem financeira é não ter carro e os custos relacionados, como manutenção, combustível, IPVA e seguro. Com relação à saúde, eles pagam um seguro internacional e já foram atendidos nos mais diversos lugares do mundo, com qualidade que, na maior parte das vezes, consideraram bem melhor que a do Brasil.

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Tornar-se nômade digital costuma ser um projeto de casal. Foi também o caso dos publicitários Debbie Corrano, 27 anos, e Felipe Pacheco, 26. Insatisfeitos com a rotina extenuante das agências de publicidade, eles decidiram conhecer o mundo a partir de 2014. Venderam tudo que tinham em São Paulo e passaram a viajar apenas com uma mala cada um, além dos dois cachorros, Lisa e Luca. Aproveitaram os contatos que deixaram no Brasil para virar freelancers.

“Como nômades digitais, enfrentamos as mesmas dificuldades de todo freelancer, principalmente o risco de misturar demais a vida profissional com a pessoal e acabar dedicando muito tempo ao trabalho. Só que, como temos a ‘obrigação’ de conhecer o lugar onde estamos dentro de um determinado prazo, isso nos ajuda a encontrar o balanço ideal”, descreve Debbie.

No início deste ano, os dois decidiram se separar. Ambos consideram que o principal motivo do desgaste do relacionamento foi o alto nível de interdependência decorrente da condição de nômades. “Vivíamos juntos, trabalhávamos juntos e fazíamos todos os passeios juntos, porque queríamos que o outro estivesse aproveitando as mesmas coisas. Se pudéssemos voltar no tempo, talvez tivesse sido melhor cada um ter feito mais coisas sem o outro”, diz Felipe.

Depois da separação, ele se instalou por algum tempo em Berlim e agora está planejando se mudar para Roma, enquanto Debbie continuou no ritmo médio de um país a cada dois ou três meses – este ano ela já morou na Croácia, na Sérvia, na Bulgária e agora está na Áustria.

Em outubro, parte para o México. Tudo isso acompanhada por Luca e Lisa, pois ela ficou com a “guarda” dos cachorros. “Tenho que cuidar deles, das necessidades deles, levá-los para passear, preparar comida. São dois seres que dependem de mim e isso me ajuda a ter uma rotina, algo fundamental para que eu me organize e dê conta do trabalho enquanto conheço os lugares por onde passo”, conta.

Voltar a ter uma sede fixa ou continuar viajando pelo mundo é a decisão que em breve terá que ser tomada pelo casal Franklin Costa, 39 anos, e Carol Soares, 36 – ele publicitário, ela bióloga que largou um emprego como professora em uma universidade federal por não suportar a estabilidade. Sócios em uma consultoria de pesquisa e planejamento para o mercado de entretenimento, Carol e Franklin estão finalizando um ano de experiência como nômades digitais.

“Nossa decisão se tornar nômades digitais veio de um conjunto de fatores. Estávamos há dois anos trabalhando juntos, já fazendo home office, com clientes remotos e muita vontade de viajar mais, algo fundamental para quem precisa buscar referências. Mas viajar frequentemente e ainda manter os custos do apartamento no Rio era muito pesado”, lembra ela. Mesmo sem saber se o estilo de vida se tornaria permanente, o casal levou a sério o princípio do desapego – vendeu e doou a maior parte dos pertences, guardando apenas os objetos de maior valor emocional em um depósito de três metros quadrados.

Franklin e Carol passaram a conceber projetos que podiam ser desenvolvidos remotamente e saíram pelo mundo sem itinerário definido, mas com um minucioso planejamento financeiro a cumprir – tudo é anotado e contabilizado. Até o momento, estiveram em 40 diferentes “casas”, quase sempre alugadas via Airbnb. “Só ficamos em hotéis quando é um período muito curto, de uma ou duas noites”, descreve Carol.

Depois de dois meses percorrendo os Estados Unidos, eles ficaram três meses em Portugal, para atender a um convite profissional que surgiu durante a viagem. Depois voltaram ao Brasil, para um trabalho que os levou a cinco capitais – Rio, Brasília, Recife, Belo Horizonte e Porto Alegre. Em novembro, partem para a Ásia. “Não temos dúvida de que todas essas experiências contribuem para melhorar a qualidade dos produtos que criamos e entregamos aos clientes”, diz Carol.

Como ficou claro pelos exemplos citados nesta reportagem, a decisão de se tornar nômade digital ainda está quase sempre ligada a uma atividade profissional autônoma, ao menos entre os brasileiros. Muitos preveem a adesão em massa de adeptos ao longo das próximas décadas – incluindo funcionários de empresas que, pressionadas pelos anseios dos profissionais por maior flexibilidade, tendem a lidar melhor com a possibilidade de ter componentes da equipe trabalhando remotamente.

No Brasil, as implicações trabalhistas dificultam esse processo, mas em países europeus como Holanda, Suécia e Dinamarca o percentual de funcionários que trabalham longe da empresa, em tempo integral ou parcial, já passa de 30%, de acordo com estudo da Organização Internacional do Trabalho.

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Fonte: Valor Econômico

Last modified: 10/16/2017